Princípios do Método Montessori

O Colégio Montessori adota uma linha pedagógica fundamentada na filosofia montessoriana, que valoriza o respeito, a individualidade e a autonomia.

A partir da observação do comportamento de crianças em ambientes estruturados e não estruturados. Seu objetivo é ajudar o desenvolvimento da vida da criança, de forma integral e profunda.

Disponibilizamos aos alunos um ambiente preparado com materiais de desenvolvimento de características bem definidas, estimuladores e adequados ao desenvolvimento integral do aluno.

Há mais de uma década, o Colégio Montessori tem um atendimento especializado para crianças do Berçário ao Fundamental, proporcionando formação integral e multidisciplinar do ser .

Acreditamos que a responsabilidade da formação dos alunos cabe ao colégio e à família, educando-os dentro de bases sólidas e dos princípios essenciais da ética, do respeito e da integridade, para que não sejam meros detentores de conhecimentos, mas protagonistas de suas vidas. Nossa missão não está voltada somente para o sucesso nos vestibulares, mas principalmente, para o desenvolvimento integral do educando em todos os aspectos, sobretudo em relação aos valores humanos, à formação do caráter e ao respeito com o outro, enfim, a usar em todos os momentos da vida a própria liberdade para concretizar os projetos e os sonhos com responsabilidade.

Nesta primeira fase da vida, as crianças têm dois grandes objetivos: aprender como o mundo funciona, para saber como funcionar no mundo, e adquirir independência física em relação ao adulto.

Aprender como o mundo funciona que começa por absorver o mundo, suas imagens, sua linguagem, suas regras e sua cultura, suas leis físicas, químicas e biológicas. Isso não é fácil, e as crianças contam com a enorme capacidade do cérebro infantil de se transformar a cada nova informação. Montessori não podia observar o cérebro, mas observava o comportamento, e sabia que as crianças tinham um tipo de mente muito especial. Chamou-a de “Mente Absorvente”, e com isso explicou como a criança parte do “nada” e chega a construir um ser humano competente e forte em breves seis anos de vida.

A independência física, outro pilar deste primeiro momento do desenvolvimento, pode ser resumida em uma frase, dita pelas crianças: “Me ajuda a fazer sozinho”. Elas querem aprender, mas não querem que os adultos façam as coisas para elas. Querem fazer. É pela ação que elas se constroem e se transformam. As crianças enfrentam as dificuldades e os fracassos das primeiras tentativas e insistem até o sucesso e o aprendizado. Montessori dizia que nunca devemos interromper uma criança em alguma coisa que ela acredita que consegue fazer sozinha, não importa quão lento seja o seu progresso.

Este Primeiro Plano é guiado por Períodos Sensíveis. Ciclos durante os primeiros anos de vida em que o interesse, o foco, e os esforços da criança são direcionados completamente para uma área do desenvolvimento. Há períodos sensíveis para o movimento, a linguagem, os sentidos, a escrita, a matemática… E se a criança tiver liberdade para perseguir seus interesses durante os períodos sensíveis, se desenvolverá com mais facilidade, fluidez, aparentemente sem esforço e os resultados serão muito superiores ao que seriam se os períodos sensíveis fossem ignorados ou suprimidos.

Conforme fazem coisas cada vez mais difíceis, as crianças dominam o mundo mais próximo de si, começam a ansiar pelo mundo desconhecido, e aí chegam à fase seguinte.

As crianças do Segundo Plano do desenvolvimento já dominaram bastante do mundo mais próximo. Elas sabem cuidar de si, e até conseguem cuidar dos outros e do seu ambiente. A independência física está conquistada o suficiente, e agora elas desejam alcançar outros mundos, que não podem ser tocados. Mundos distantes: outros continentes, o universo, as civilizações do passado, a Terra na época de sua formação e os animais na história de sua evolução.

Sobre as crianças mais novas, do Primeiro Plano, Montessori dizia que suas “mãos são os instrumentos da inteligência humana”. Se é assim, a imaginação é a mão da criança de 6 a 12 anos. É com a imaginação que a criança investiga e compreende os mundos distantes e inatingíveis. Lendo, ouvindo, estudando, imaginando, as crianças conquistam a independência intelectual. Aprendem a pensar sem a ajuda dos adultos. E porque pensamos melhor quando pensamos juntos, essas crianças trabalham melhor quando trabalham em grupo, com uma mediação cada vez menor e mais sutil.

É inevitável que, nessa intensa convivência, problemas morais apareçam, e uma frase importante para as crianças de 6 a 12 anos é “Isso não é justo!”. Se para entender o mundo as crianças precisam fazer perguntas, escutar e contar muitas histórias, para compreender aspectos morais e de convivência, é necessário dar espaço para a análise. Não devemos resolver os problemas delas, e nem é adequado dispensar as crianças diminuindo a importância do que dizem e sim ajuda-las a compreender e como resolver seus problemas sendo o adulto mediador neste momento, até mesmo quando elas estão questionando os nossos comportamentos. O trabalho do adulto no Segundo Plano do desenvolvimento é dar elementos para a compreensão, e depois permitir a reflexão livre – perguntas, histórias, diálogo e tempo. A socialização fica cada vez mais importante na vida das crianças, até chegarem à adolescência.

Para um adolescente, a parte mais importante do dia a dia é a convivência com outros adolescentes. A independência que estão conquistando é social, eles valorizam a socialização sem a presença ou ajuda do adulto. Ser socialmente independente significa, por um lado, resolver os próprios problemas, sem apego ao ponto de vista que os adultos possam expressar – e às vezes resistindo a esses pontos de vista, como forma de se tornar livre deles. Mas também significa compreender, de forma mais profunda e complexa, como a sociedade funciona: a cidade, a cultura, a ideologia, a economia, a ciência e a política.

Para o adolescente, é importante pertencer a um grupo. Ser aceito como é, sem precisar se encaixar. É fundamental que os adolescentes tenham a chance de estudar, trabalhar, conviver em grupo, por longos períodos. Criar ambientes que estimulem a formação de grupos saudáveis é o grande trabalho do adulto para o adolescente. Um grupo saudável é aquele que permite o pertencimento, e que tem uma finalidade que vai além de si mesmo.

O adolescente precisa entender qual é sua função na comunidade a que pertence. Ao colégio, o bairro, a cidade. Por isso, os grupos devem ter uma interação com a comunidade mais ampla. Devem servir a alguma coisa. O adolescente precisa trabalhar através de estudos, tarefas de casa e dentre outros que são inseridos no seu contexto familiar, e precisa ser remunerado. A remuneração mais eficaz é a financeira, porque dá a ele algum grau de independência social, mas o trabalho tem uma finalidade mais pedagógica (aprender a trabalhar, a ter colegas e responsabilidades) do que econômica, e na eventualidade do trabalho remunerado não ser possível, trabalho voluntário ou mesmo troca de serviços e mercadorias é possível e funciona. Integrado a diversos grupos, e percebendo sua função social, o adolescente chega à idade adulta.

O início da idade adulta ainda é, para Montessori, um plano importante do desenvolvimento. Já fora do colégio, na universidade ou no curso de aprendizados que o conduzirão a uma carreira, o adulto busca compreender seu caminho e seu motivo de existir. Montessori tem um termo que nos ajuda aqui, embora ela mesma não o utilize para falar do adulto: Papel Cósmico.

Todos os seres têm uma função no equilíbrio cósmico, e não é diferente com os adultos. Todos os adultos exercem alguma atividade que contribui para o delicado tecido cósmico. Na maior parte das vezes, nosso papel cósmico não é o que está escrito em nosso contrato de trabalho. Pode ser que sejamos contratados para ensinar Geografia, mas nossa maior contribuição pode ser o diálogo com os alunos nos corredores, que os ajuda a encontrar um caminho profissional. Podemos ser gerentes de loja, mas nossa maior contribuição pode ser ajudar os clientes a enxergarem o que há de mais belo em seus rostos e corpos. O contrato é nosso papel individual, e é o que garante o sustento de nossas famílias. O papel cósmico é o que garante o equilíbrio de todo o universo.

Todos os adultos têm um papel cósmico, mas ele não pode ser descoberto nos bancos das universidades, e Montessori defendia que desde cedo os adultos trabalhassem, como assistentes e aprendizes, para se tornarem hábeis em suas profissões, e para conhecerem o mundo, além das paredes das universidades. Um adulto que pudesse encontrar sua contribuição para o mundo, e se tornar hábil nessa contribuição, sem ceder as tentações do poder e da posse, teria encontrado o caminho para criar um mundo “poderoso, rico e puro”, e se saído muito bem em seu desenvolvimento.